São muitos os corais que que funcionam na UFMG. Saiba como funciona o Coral da Fale, um dos maiores deles, e aproveite para ouvir uma palinha.

 

Todos os sábados, das 14 às 18 horas, acontecem na Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais encontros que reúnem pessoas de várias idades e cursos, ou até mesmo que não têm conexão nenhuma com a Universidade. O motivo? A oportunidade de fazer parte de um coral organizado pela Escola de Música em parceria com a Faculdade de Letras da UFMG (Fale), em que, além de se aprender música e aperfeiçoar habilidades na área, é possível se relacionar com pessoas que vêm de todos os cantos de Belo Horizonte e fazer parte de um grupo que tem um amor em comum: a música.

O Núcleo de Música Coral da UFMG possibilita aos alunos, ex-alunos e à comunidade externa a vivência na música através do coral com o projeto Corais no Campus. São ao todo cinco corais que permitem não só o aperfeiçoamento das vozes e apresentações, mas também um momento de lazer, descontração e interação com o outro na rotina dos participantes. Sem exigir formação musical de seus candidatos, os cinco corais do NMC recebem qualquer um que tenha interesse pelo coral e queira fazer parte dessa experiência.

 

Quem canta

 

Criado em 1987, o Coral da Fale é um projeto gratuito e permite o contato com a música em um ambiente bastante profissional. O coral, além dos cantores, em sua maioria amadores, é composto de um regente, um pianista e um preparador vocal, todos estudantes da Escola de Música da UFMG. Eles são bolsistas do Projeto Núcleo de Música Coral, e existem também outros bolsistas encarregados de áreas como divulgação e partituras. Para eles, essa é uma chance de colocar em prática aquilo que aprendem em sala de aula, e, ao mesmo tempo, de lidar com um público que, ao contrário deles, não tem conhecimento profundo de música, o que enriquece tanto a vida pessoal quanto a vida acadêmica desses estudantes.

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A Escola de Música está sempre cheia de melodia. Aos sábados, são o piano e as vozes do Coral da Fale que ditam a trilha sonora do prédio.

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Além de haver grande procura dos alunos da Faculdade de Música para participar do Coral, muitas pessoas, alunos e ex-alunos da Fale e de outros cursos, e também de não alunos da UFMG, inscrevem-se para a seleção de cantores. Ela acontece a cada seis meses e a procura é intensa: no primeiro semestre de 2015 foram feitas mais de 100 inscrições para coristas, que disputaram cerca de 30 vagas. Para se candidatar ao coral, não é preciso ter grandes conhecimentos em música. Na seleção dos coristas, é feito um vocalise (exercício vocal em que se cantam apenas vogais), para se identificar o tipo de voz do candidato, e exercícios de memória musical.

O Coral da Fale é bastante procurado, pois os ensaios acontecem aos sábados, e também por envolver pessoas especializadas. É o que diz Isabella Corrêa Santos, estudante do sexto período de Piano, bolsista do Projeto Núcleo de Música Coral desde 2012: “É muito difícil você ver um coral que tem um preparador vocal, um pianista e um regente”.

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Cantando em família

 

O Coral da Fale é um espaço de convivência de diferentes pessoas. Para Giovanna Simão Bianchini, aluna do curso Cinema de Animação e Artes Visuais da UFMG e corista do Coral da Fale, ele consegue criar laços entre pessoas de diversas áreas e grandes diferenças de idade: “Canto com mulheres que têm idade para serem minha mãe e tem um cara que podia ser meu avô, além do pessoal mais novo ou com a minha idade”.

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Com roupas casuais, membros do Coral da Fale ensaiam de música pop a músicas do século XV.

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E o convívio vai além dos encontros semanais para ensaios.  “Apesar de às vezes pensar que teria mais tempo se não estivesse no coral, o que gasto lá me deixa melhor para aproveitar o resto do tempo. Além de conseguir ajuda em matérias de outras áreas e recomendações para eletivas, até já recebi oferta de bolsa de estudo na minha área através do pessoal do coral”, continua Giovanna. Para Lucas Cracco, estudante e também corista, o coral também trouxe muitos amigos: “É muito bom ter essa relação entre pessoas de lugares diferentes, inclusive da comunidade externa. Além disso, é uma chance muito boa para qualquer pessoa participar de algo com excelência”.

O coristas do Coral da Fale recomendam a experiência para todos aqueles que se interessam pela música. Lucas vê a importância do espaço de convívio que os ensaios proporcionam e Giovanna complementa: “Cantar no coro é muito prazeroso para mim, ver o esforço em conjunto de diversas pessoas e o resultado que podemos obter juntos”.

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Nathalia Costa

Sempre quis entrar para o coral, mas, por sorte do público, nunca tive coragem.

Sara Nolasco

A Rachel Berry em mim quer entrar para o coral.