O Espaço Comum Luiz Estrela completou dois anos em 2015. Rememoramos as origens de sua formação e conhecemos um pouco mais sobre a história de alguns de seus primeiros ocupantes.

 

Rua Manaus, 348. Santa Efigênia. Belo Horizonte. É este o endereço do Espaço Comum Luiz Estrela. Durante oito meses foram realizadas reuniões secretas para articular sua ocupação. Hoje são desenvolvidas atividades abertas a toda a comunidade. E não é a primeira vez que a Transite vai até lá ouvir e observar sua constante elaboração.

O Espaço Comum Luiz Estrela nasceu para ser reduto político-cultural e de resistência criativa na capital mineira. Artistas e ativistas regionais encontraram no antigo casarão um espaço para reunir ações formativas e culturais. Além disso, estavam preocupados em impedir a total deterioração do prédio histórico, que até então era propriedade do governo estadual.

As atividades produzidas no Espaço são múltiplas. Dentre elas estão exposições, mostras de cinema, feiras, oficinas, saraus e rodas de debate. Para facilitar sua organização, existem ainda alguns núcleos compostos por integrantes do Luiz Estrela. Eles se dividem em audiovisual, teatro, música, memória e restauração, infracultura e antimanicomial.

A ideia de cultura latente e transformadora e do direito à cidade perpassam o discurso e as práticas dos que ocupam o Luiz Estrela. Se antes a cultura era chamada para fazer a festa e tida como acessório, agora ela é aparato para a construção e fomentação de cenários diversos, desde o artístico, o político e além. A autogestão é também recorrente nas muitas vozes do Espaço, por permitir que ele se organize e se (re)crie em conjunto.

 

O comum e o encontro das diferenças

 

Uma ocupação é feita de ocupantes e ocupantes ocupam em conjunto. É a partir desse jogo de palavras que se revela o caráter talvez mais importante do Luiz Estrela: o comum. Foi através de reuniões que a ocupação foi possibilitada e é por meio de encontros que se mantém viva a dinâmica do Espaço. Paula Kimo, participante da ocupação desde o seu início, conta:

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O Luiz Estrela é composto por diversas cabeças, diversas mãos, diversos corações. E esta é uma constatação muito cara aos que vivem a ocupação. Segundo eles, somente juntos é que se torna possível construir e reconstruir o que hoje consideram um palco para a livre manifestação político-cultural e para a reunião das diferenças. Fabiana Leite, membro do núcleo audiovisual, relata:

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O outro e o ser Luiz Estrela

 

Um importante fundamento da dinâmica do Luiz Estrela é a noção do outro. O uso do espaço deve sempre levar em consideração a existência de um terceiro que vá dele desfrutar. É o que pensa Fabiana:

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Pensar o Espaço Comum Luiz Estrela para além de seu espaço físico, como uma força que extrapola os limites do local, é essencial para entender o diálogo da ocupação com a cena artística e de militância de Belo Horizonte. Fabiana atenta para o ser Luiz Estrela:

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Kaio H Silva

Da reportagem quase se esqueceu quando rolou o som. 

Roberta Firmino

Torcendo para que surja uma constelação em BH.