Percorremos a Avenida Antônio Carlos para registrar as pichações que restaram das manifestações de junho de 2013 em Belo Horizonte.

As grandes manifestações que aconteceram durante a Copa das Confederações ainda estão presentes nos lugares onde aconteceram. As pessoas, as ruas, os gritos, os cartazes, os confrontos com a polícia e todos os acontecimentos ficarão marcados para sempre nas memórias dos que estiveram presentes e dos que acompanharam de qualquer maneira. Em BH, além das marcas nas memórias, as manifestações ainda deixaram marcas físicas na cidade.

Qualquer um que circule pelo Antônio Carlos, entre o Centro e a Pampulha, trajeto das manifestações, pode ver as os grafites, pichações e todo tipo de intervenção em muros, lojas, viadutos, no asfalto e em calçadas. Ainda nesse caminho, vidraças de lojas, pontos de ônibus e todo o tipo de bens públicos e privados foram quebrados, muitos ainda sem conserto. Passados vários meses, muitas dessas marcas foram apagadas, seja pela iniciativa dos proprietários ou pela prefeitura que mobiliza esforços para reconstruir os pontos danificados e apagar intervenções. Mas muitas vezes, na tentativa de acabar com as cicatrizes, deixam à mostra curativos ainda piores. Felizmente, as histórias ainda estão marcadas na cidade. O morador de Belo Horizonte, ao fazer o percurso para o trabalho ou para casa, ainda percebe uma grande quantidade de marcas que resistem na pele da cidade. Algumas são grandes e visíveis, outras necessitam de um olhar um pouco mais atento:

 

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Os muros, paredes, placas, portões e viadutos de BH, nos lembram das manifestações que aconteceram e das que se aproximam. Nos lembra que o povo brasileiro resolveu, finalmente, voltar pra rua. (Tayrane)

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Ao andar da Praça Sete até a UFMG em um dia útil para (re)ver as marcas das manifestações de junho, senti-me como um peixe nadando contra o fluxo de pessoas apressadas e de carros em alta velocidade nesta selva de pedra que se tornou Belo Horizonte. (Widller)

Refizemos o percurso original, de acordo com o mapa, 7,2 quilômetros. Fizemos o caminho a pé, atravessando a avenida a cada poucos metros. Era impossível fotografar de outra forma. E apesar da distancia, do calor quase insuportável e dos olhares estranhos, conseguimos completar a pequena jornada e fazer um apanhado do melhor. (Jayme)

Tayrane Corrêa

Estudante de jornalismo que aproveita para se bronzear em longas caminhadas pela Antônio Carlos

Widller Maciel

Nunca havia caminhado tanto de uma vez só como na apuração desta matéria.

Henrique Jayme Cunha

Repórter e um grande fã de muros, grafites e pichações.