Quais os impactos da pandemia e a importância das relações afetivas para a trajetória dos discentes de comunicação na UFMG?

Por Ana Clara Crepaldi Souza

Quando um estudante ingressa no ambiente universitário, ele automaticamente já cria enormes expectativas acerca de como serão os seus anos ao longo do curso. As relações de afetividade, sejam da boa relação entre colegas de turma, com os professores, ou até mesmo com os funcionários do ambiente acadêmico são uma parte importante que incentiva (ou não) a permanência dos alunos no campus. 

Quando pensamos no momento da pandemia de 2020, que também atravessou e marcou a trajetória de alguns desses alunos, notamos que cada um presenciou uma experiência distinta. Alguns iniciaram o curso já no momento da pandemia, o que pode ou não ter afetado a maneira como eles se relacionaram com ou outros alunos e professores, deixando marcas nesse percurso. 

Segundo estudos da Global Student Survey, sete a cada dez universitários brasileiros (76%) declaram que a pandemia trouxe impacto na saúde mental, o maior índice registrado em 21 países analisados. Os estudos ainda mostraram que para a maior parte desses jovens (87%), houve aumento de estresse e ansiedade, sendo que apenas 21% buscou ajuda, e 17% declararam ter pensamentos suicidas.

Fonte: Global Student Survey/Chegg.org

Como as aulas online afetaram a trajetória dos estudantes universitários

Ainda segundo a pesquisa, entre todos os países pesquisados, 65% dos estudantes disseram que prefeririam ter a opção de mais aulas on-line caso isso diminuísse o valor das mensalidades. Já no Brasil, o índice é de 45% desses alunos gostariam de aulas online, o que demonstra um índice mais baixo.

 Quase metade (48%) de todos os entrevistados afirmam que gostariam que a universidade ou faculdade incorporasse mais recursos de aprendizagem on-line, contra 34% que não gostariam. Em 14 dos 21 países, há mais estudantes inclinados a aceitar este tipo de recurso, enquanto que no Brasil 51% não aprovaria mais recursos on-line, e 14%, sim, o que demonstra que os alunos ainda preferem o modelo presencial, em que podem interagir entre si.

Além disso, um terço (33%) de todos universitários ouvidos afirmam não acreditar que vivem em uma sociedade aberta, livre, que apoia a diversidade e os menos afortunados e oferece oportunidades iguais a todos. No Brasil, o índice é de 70%, o maior entre todos os países pesquisados. 

Dessa forma, queremos entender como se dão as relações para os alunos, como eles se sentiram durante seus percurso acadêmico, como viveram suas experiências singulares e quais são os impactos disso em relação à suas trajetórias acadêmicas. Para isso, entrevistamos os alunos de Comunicação Social da UFMG, que nos contaram um pouco sobre como foi ou têm sido suas trajetórias acadêmicas, a fim de entender a importância dessas relações de afeto para os percursos subjetivos de cada um. 

Confira, a seguir, a entrevista na íntegra: