No começo desse ano algo inusitado surgiu nas ruas da região centro-sul de BH, algo que remete à infância de muitas pessoas: os patinetes. Agora, elétricos, aparecem reformulados e com um objetivo um pouco diferente do que o simples lazer. Os patinetes das marcas Yellow e Grin (isso mesmo, os equipamentos são verdes, mas o nome não se escreve com “e” e sim com “i”), as únicas empresas que operam em BH por enquanto, causam estranhamento a quem passa pela rua e vê o equipamento “abandonado” no meio do passeio. No entanto, andar nesses patinetes elétricos, pelas ruas do Centro-Sul de Belo Horizonte, está se tornando quase tão comum quanto andar de bicicleta. Mas e aí, todo mundo sabe e pode andar de patinete?

De acordo com enquetes feitas para a produção dessa matéria, das 103 pessoas que responderam a um questionário sobre o uso dos patinetes, 9,7% não sabem andar de patinete e 22,3% nunca tentaram, enquanto 68% sabem e desses alguns utilizam o veículo frequentemente. Apesar de ter tanta gente que sabe andar, muitas dessas pessoas se sentem receosas ao usar o patinete elétrico que toma conta das ruas da cidade, afinal nem todo mundo costuma usar formas alternativas de transporte. Esse é o caso de Maria de Fátima, 46 anos, que nos contou que não costuma andar – “Eu não tenho esse equilíbrio pra andar nesses negócios [patinetes], não”. Quando perguntamos se teria curiosidade de experimentar, a entrevistada nos respondeu que não, principalmente após cair de patins, mas que vê muitos jovens aderirem ao meio de locomoção, especialmente no bairro Funcionários, onde trabalha. Também de acordo com nosso questionário, quem utiliza os patinetes é majoritariamente o público jovem, com idades entre 19 e 29 anos. O patinete, de acordo com quem o utiliza, é uma forma de mobilidade urbana eficaz para percorrer distâncias curtas, como alguns quarteirões, em menos tempo. Segundo nossos entrevistados, há uma grande diversidade de quem utiliza os patinetes na região do Lourdes, indo de executivos de terno a estudantes locais.
Escute alguns relatos de experiências com o uso dos patinetes no podcast logo abaixo:
Para fazer uso de um patinete elétrico em BH o primeiro passo é instalar o aplicativo para Android e IOS disponibilizado pelas empresas. No app é aberto um mapa mostrando onde os equipamentos estão. Em seguida, define-se a forma de pagamento, que pode ser cartão ou em boleto. Depois do pagamento, é possível desbloquear ao escanear o QR Code no patinete. Após dar um impulso e acelerar para andar, a velocidade pode ser controlada por meio de dois botões: um para acelerar e outro para frear.
Você já viu eles por aí?
rua Álvares Maciel, Santa Efigênia, região dos hospitais_2. Foto por: Yaskara Martins.
praça Hugo Wernek, Santa Efigênia, região dos hospitais. Foto por: Yaskara Martins.
Patinetes nas ruas Álvares Maciel e na praça Hugo Werneck da esquerda para a direita. Na primeira imagem vê-se um patinete de corpo verde e preto, o Grin, em frente há uma construção que remete ao estilo colonial. Na segunda foto, tem-se um patinete amarelo e preto, da marca Yellow, em meio a uma banca de jornais e o movimento da avenida.

Mas, para além de como usar, é provável que algumas dessas questões a seguir tenham ocorrido a você:

Porque não é um “bom negócio” roubar um patinete em BH?
Porque não é um “bom negócio” roubar um patinete em BH?Primeiramente, há uma área e também horários determinados para o uso dos veículos. Os patinetes elétricos da Grin e Yellow são recolhidos todas as noites a partir das 21 horas, por pessoas que recebem um pagamento, via app, por cada patinete que recolhem, recarregam e disponibilizam novamente no dia seguinte, até as 8 horas. Caso o patinete seja deixado pelo usuário fora da área de atuação da empresa, ou após o horário (9h da noite) uma multa de  30 créditos (atualmente cada crédito equivale a R$1) é debitada na conta do cliente. O serviço só ficará disponível para liberar novas viagens após a quitação da dívida, através de qualquer método de pagamento. O preço da empresa Yellow não é divulgado, porém a remuneração aos carregadores da Grin é no valor de R$5,00. Quanto ao destino dos patinetes após recolhidos, até o fechamento da matéria não obtivemos resposta por parte das assessorias das respectivas organizações sobre essa questão. Além do mais, para a criação da conta é preciso cadastrar um meio de pagamento ativo e válido. E como há o monitoramento 24h dos patinetes via GPS, furtá-los é uma tarefa difícil.
E se eu for roubado enquanto uso o patinete?
E se eu for roubado enquanto uso o patinete?Com o número de usuários cada vez maior, os patinetes da Yellow e da Grin possuem um termo de uso que orienta-os a respeito de como proceder em casos de roubo. A  empresa oferece uma aba para reclamações no app, onde promete ajudar o usuário a resolver esse tipo de problema com possibilidade de estorno da corrida. As empresas deixam bem explícito que a responsabilidade, caso aconteça algum incidente, é do usuário  e ele deve comunicá-lo imediatamente à empresa, com o Boletim de Ocorrência em mãos. Para as ocorrências de roubo de celular durante a corrida, o trajeto continua a ser contabilizado normalmente pelo app e cabe a empresa cobrar o usuário ou não. Demos uma olhada em comentários no site Reclame Aqui e em outros fóruns online. Apesar de tanto a Yellow quanto a Grin terem boas avaliações nos sites é possível encontrar algumas reclamações em que muitos dos usuários que tiveram patinetes ou bicicletas dessas empresas roubados durante a viagem, em BH e outras cidades, contam a respeito de solicitações de reembolso não foram atendidas pela empresa.

Fonte: Reclame Aqui

Segundo os termos de ambos os aplicativos, em caso de roubo do patinete sem seu destravamento via app, pelo GPS a empresa percebe o deslocamento do aparelho travado e aciona a polícia.
Como saber a velocidade do patinete?
Como saber a velocidade do patinete? De acordo com a resolução Nº 465, de 27 de Novembro de 2013 do CONTRAN, equipamentos de mobilidade como os patinetes devem seguir a velocidade máxima de 6 km/h em áreas de circulação de pedestres e de 20 km/h em ciclovias e ciclofaixas, que também são as velocidades recomendadas no site oficial da Grin. No entanto, a velocidade máxima atingida por esses patinetes é de 25 km/h em uma superfície plana, e pode aumentar ou diminuir dependendo se você sobe ou desce. A velocidade pode ser vista através de uma tela de led no centro do guidão. Outro fator que afeta a velocidade é a bateria, quanto menos carga tiver o dispositivo, menor a velocidade máxima que ele pode alcançar.
Patinete sobe morro?
Estamos em BH, uai. Indo ao trabalho de camisa social e mochila nas costas, Victor Freire, 26 anos, já usa o patinete em seu cotidiano pelo centro há 2 meses. “Adianta muito por causa do trânsito. Apesar de eu achar o preço um pouco alto, mas compensa muito porque se fosse pegar um Uber daria mais caro, você pegaria trânsito, perderia tempo no trânsito. E eu acho assim, que hoje tempo é dinheiro né. Quanto mais tempo você gasta no trânsito, mais tempo você perde”, nos contou Victor. Em sua experiência, é quase sempre tranquilo subir os morros, mesmo que às vezes precise dar impulso com o pé: “Tem morros que você vai subir e você tem que dar um empurrão, mas assim, depois que você dá um empurrão ele vai, ele consegue ir. Mas é tranquilo, pra mim adianta muito. Acho que por isso que eles usam mais a área do centro, por ter menos morros, se fosse em bairro acho que deixaria na mão, mas aqui no centro não”. É possível encontrar algumas informações sobre essa dúvida no YouTube. No vídeo abaixo, uma profissional ciclista faz uma revisão crítica do novo serviço em teste de uma das companhias no mercado, a Yellow, em São Paulo (primeira cidade a contar com esse tipo de serviço em março de 2019). No vídeo ela trata especificamente da questão de subidas de morro, comparando patinetes a nova aposta da Yellow, as bicicletas elétricas. No link a seguir ela comenta, traçando um paralelo com os patinetes elétricos: “E porque eu falo de uma [ladeira da rua] Campinas? Justamente porque fica na mesma região de atuação do patinete, que consegue subir ladeira, mas essa bicicleta não sobe.”
Se eu cair ou atropelar alguém, e aí?
Não existe legislação ou norma específica para acidentes com patinetes. A empresa Grin até possui uma parceria com a HDI Seguros, mas não fica claro em quais casos esse seguro é acionado, já que as regras do aplicativo responsabiliza o usuário por qualquer acidente – a menos que fique comprovado que ele não teve culpa. Devido a ausência de leis para esse tipo específico de meio de transporte, se aplica a legislação do Conselho Nacional de Trânsito. Existe um movimento para se criar tais normas, depois de acidentes com patinetes em SP. A norma que trata sobre veículos na Secção II Da Segurança dos Veículos, no Código Civil Brasileiro, pode ser acessada aqui e relaciona o trânsito de veículos a obrigatoriedade do cumprimento de requisitos e condições de segurança estabelecidos pela legislação de trânsito.  
Tayrine Vaz Não sei se consigo me equilibrar nisso” 
Diego Silva “Tem que tirar carteira pra andar nisso?”
Pedro Dias “a vida é impulsionar bahia e rolar floresta”
Gabriel Gouveia Use capacete. 
Sebastián Mena Eu posso levar para minha casa?
Yaskara Martins Eu cairia antes dos 100m.
Fabricio de Andrade Seriam eles advento da mobilidade líquida ?
Clarisse Rocha Até hoje não consegui andar nisso porque o app me odeia.
Maria Luiza “Meu grande medo? Cair de patinete e se ralar!” 
Naide Sousa Parece coisa dos Jetsons. 
Pedro Cervinho “”
João Pedro Viegas Não experimente, porque isso vicia. Vicia muito.