Confira a reportagem, feita por um estudante chileno em intercâmbio na UFMG, sobre os torcedores brasileiros e suas preferências no jogo Argentina x Paraguai.
“Minha primeira vez olhando para o melhor jogador do mundo”
O intercâmbio é uma de suas maiores conquistas, devido à necessidade de pontuação alta nas aulas, ao desafio de aprender uma nova língua e também à dificuldade financeira, já que a faculdade no Chile é paga. Quando chegou ao Brasil se surpreendeu ao descobrir que a Universidade era gratuita e ainda havia auxílio aos estudantes mais carentes.
Fanático de carteirinha por futebol, Sebastian conta que, de acordo com sua mãe, sua primeira palavra foi “GOL” e que era levado aos estádios desde pequeno para assistir aos jogos de seu time do coração, o Colo Colo. O time do qual é torcedor proporcionou amizades, a vontade de virar um grande jornalista esportivo e o desejo de visitar o Brasil, para conhecer mais sobre o mundo futebolístico do mundo e da América do Sul. “Poder trabalhar com futebol seria um sonho, mas não tenho talento para jogar.” Quando chegou em Belo Horizonte, tinha uma imagem do Mineirão que foi totalmente contrastada quando visitou o estádio.
“Quando cheguei a Belo Horizonte e fui ao Mineirão fiquei impressionado com o estádio, já que só conhecia pela televisão, ele é muito maior do que eu imaginava. O estádio é muito conhecido no Chile porque foi onde nosso país perdeu para o Brasil nos pênaltis na Copa do Mundo em 2014. Fui em um jogo com aproximadamente 40 mil pessoas e foi uma impressão muito boa que tive não só do estádio, mas também da cultura brasileira, que possui torcedores mais fervorosos quando se trata dos seus respectivos times.”
Mesmo com pouco tempo morando na cidade, a vida na capital tem sido bastante boa e tranquila e ele conheceu vários lugares tais como a “famosa Savassi”, o centro de BH e os estádios que a cidade possui. Sua locomoção quando é necessária se dá sempre pelo Google Maps e transporte do tipo Uber ou 99POP. Antes de morar em BH, Sebastian já havia visitado o Rio de Janeiro e outros países da América do Sul, como Peru e Argentina. Diz admirar mais as paisagens, a natureza e beleza local do que as arquiteturas locais e gosta sempre de fazer tais programas rodeado de pessoas.
Sebastian conta que no início foi bastante difícil se adaptar pois, de acordo com ele, os mineiros falam muito rápido e abreviam muito as palavras, o que fazia com que o entendimento fosse uma tarefa árdua. Sua casa é a mesma que de outros intercambistas, a moradia universitária da Universidade Federal de Minas Gerais, o que facilitou muito em sua adaptação já que ela conta com outros vários intercambistas, com objetivos parecidos e bastante variedade linguística. Toda a dificuldade do início do intercâmbio se tornou uma coisa positiva para seu crescimento pessoal e cultural e hoje diz que a experiência no Brasil tem sido incrível e enriquecedora. O “calor” que o brasileiro possui é de fato verdadeiro já que, de acordo com ele, todos os brasileiros com quem teve contato foram muito receptivos e dispostos a ajudar e até mesmo os estrangeiros que residem na cidade passam essa sensação de acolhimento muito grande. “O mineiro é muito mais caloroso que o carioca”, assegura ele.
O futebol, além de uma profissão, dos amigos e proximidade da família, também trouxe uma namorada, Catalina. Amantes do esporte, entraram na faculdade no mesmo ano, se conheceram no campus, mas foi no estádio num jogo do Colo Colo, numa final de campeonato, que se aproximaram, se apaixonaram e estão juntos desde então. Mesmo com a distância, ele no Brasil e ela em Barcelona, sempre dão um jeito de assistir os jogos juntos. O seu coração está no esporte e é bem visível como ele se faz presente na vida de Sebastian. O que deseja pro futuro é ser feliz com sua família, amigos e claro, com o futebol.
Sebastian faz questão de ressaltar o tempo todo o quanto o futebol mudou e influenciou sua vida em todos os aspectos, em como o esporte trouxe várias coisas positivas em sua vida e como o futebol o motiva a sempre buscar mais. Mesmo tendo sido um aluno regular em seu ensino médio, o futebol o fez querer estudar para virar jornalista e poder trabalhar com aquilo que sempre amou desde criança. É mais do que uma paixão a relação do chileno com os jogos, os estádios e a torcida, é inexplicável o sentimento e só quem é torcedor de coração entende isso muito bem.
Um perfil para o laboratório de reportagem.