A Feira de Artes, Artesanato e Produtores de Variedades de Belo Horizonte existe há 47 anos. O nome é longo, mas o apelido é curto e conhecido: Feira Hippie. Ela começou na Praça da Liberdade e, em 1991, desceu Bahia até a Avenida Afonso Pena. Hoje, ela ocupa quase 600 metros de uma das avenidas mais importantes da cidade todos os domingos, das 8h às 14h, bem ao lado do Parque Municipal Américo Renné Giannetti.

No segundo domingo de março, enviamos oito repórteres para a feira mais famosa de BH. Cada um deles passou a manhã em uma seção e conta suas histórias:

 

A Feira sem hippies

 

Em uma rápida ronda pelas barracas dá pra perceber que a maioria dos produtos é para o público feminino: saias, leggings, tops, lingerie, vestidos. Quase tudo em cores fortes, estampas em animal print, vestidos jeans e camisas com motivos indianos (as peças que mais se assemelharam à estética “hippie”).

Ao longo da manhã, quase não vi pessoas circulando pela Feira com “roupas de hippie” ou no “estilo tilelê”. A maioria usava tênis de caminhada e roupas comuns, igual as que se via passando pelo Shopping Cidade, poucas ruas acima.

 

Os neologismos da Feira

 

E como provar as roupas na Feira Hippie? Algumas das barracas ficam completamente cobertas por roupas e mal se pode ver o vendedor lá dentro. Isso não é coincidência. Elas são o que pode se chamar de “barracas-provadores”. A pessoa pode trocar de roupa lá dentro e ainda ver como ficou num espelho.

Mas não é todo vendedor que tem esse cuidado. É comum ver pessoas vestindo as roupas da loja por cima das roupas do corpo no meio da Feira mesmo, e vi até gente tirando peças de roupa em público para provar as roupas que estava comprando.

Manequins-Feira-Hippie

O começo de Feira é assim: ainda tem espaço até para manequins no chão.

Não há muitas barracas com manequins, ao contrário das lojas comuns de roupa. O que há muito são as “vendedoras-modelo”: elas ficam em frente às barracas usando peças da loja. Na maioria dos casos, são mulheres jovens contratadas pelas donas das barracas para servir de convite para a loja. Às vezes é a própria dona da barraca que vai mostrando os seus produtos.

Vendedora-Provadora-Feira-Hippie

À direita, uma “modelo” de barraca da Feira.

 

Gabriel Martins

Esperava encontrar de tudo, menos uma camisa com estampa tilelê do Galo.

Paixão à primeira feira

 

Esta foi minha primeira experiência com a Feira Hippie. Sou de uma cidade do Centro-Oeste de Minas, Itaúna, a cerca de 90 km de Belo Horizonte. A feira é famosa para além dos limites da capital, e já estava em meu imaginário por causa das histórias que ouvia dos meus parentes que a tinham visitado.

Fiquei responsável por percorrer a seção de Bijuterias e Acessórios, separada das demais por barracas com toldos vermelhos e brancos (apesar de algumas barracas com toldos amarelos também venderem esse tipo de produto). Para a matéria, tinha em mente circular pelo local, observar o movimento das pessoas e conversar com alguns vendedores. Mas quais? Tive a impressão de certa homogeneidade de uma grande parte das barracas. Aproximei-me, então, daquelas que me chamaram a atenção por certas particularidades.

Sandra e Luiz têm 35 anos de feira. Trabalham principalmente com cerâmica, mas materiais como ouro, platina e couro também são usados em suas peças. A empresa deles, Ar do Brasil, produz artesanalmente brincos, colares, anéis, pulseiras, broches e pequenos objetos de decoração. A inspiração para os produtos vem da diversidade étnica e da flora e fauna brasileiras, além de referências a povos primitivos da África, Ásia e Brasil.

Anália vende acessórios, cuja matéria-prima principal são pedras que vêm de Goiás e Minas Gerais. Em determinados períodos da vida dela, trabalhar na feira foi sua principal fonte de renda. Porém, atualmente, o artesanato é um complemento a sua carreira no funcionalismo público. Ela acredita que manter a disposição e a energia positiva faz a diferença na relação com os clientes e no momento das vendas.

Entre vendedor e outro, encontrei a chilena Paulina, cuja barraca se localiza em frente a um banheiro químico – que bom cheiro não tinha. Ela me pediu um isqueiro para acender um incenso e, com sorte, amenizar o forte odor. Como eu não tinha isqueiro, fui a um carrinho de pipoca próximo, à busca de fogo. A pipoqueira, mesmo no aperto de uma longa fila, permitiu que eu acendesse o incenso na mesma chama que estourava o milho. E assim talvez tenha nascido um novo sabor de pipoca. Ou quem sabe um incenso de nova fragrância.

Há três anos na feira, Fridal vende brincos, colares, anéis, pingentes e bótons. Os bótons ficam presos em panos dispostos nas laterais da barraca, o que garante a particularidade dela. As estampas são variadas e podem ser personalizadas. É o caso dos bótons encomendados por empresas e que servem como brindes.

Há três anos na feira, Fridal vende brincos, colares, anéis, pingentes e bótons. Estes últimos ficam presos em panos dispostos nas laterais da barraca, o que garante a particularidade dela. As estampas são variadas e podem ser personalizadas. É o caso dos bótons encomendados por empresas e que servem como brindes.

Histórias curiosas como essa, além da conversa com os vendedores, me deixaram com vontade de voltar. Até porque não cheguei a comprar nada, a não ser comida. As impressões iniciais vão ficar, mas quero construir novas. A Feira Hippie que me aguarde!

Júlia Valadares

Apesar de muitas primeiras vezes não serem boas, a minha, com a feira, foi.

 

Do café ao acarajé em cinco minutos

 

Esta é a Feira Hippie no início da manhã de domingo: há aquelas pessoas que não ligam para etiquetas, passaram a noite em uma mesa de bar e agora carregam o que sobrou do sábado em uma garrafa de catuaba. Você também encontra aqueles que, mesmo debaixo de sol, vestindo terno ou vestido longo, não perdem a classe do baile de formatura enquanto tomam “a saideira” – o latão é seis, o mega latão é sete. Há ainda quem chegue cedo para trabalhar, ou quem prefira madrugar para não pegar a feira lotada.

Em qualquer caso, o cafezinho quente com biscoito de polvilho frito na hora é uma das primeiras opções de quem passa cedo pela seção de culinária. A combinação custa cinco reais, e dizem que é quase um sacrilégio comprar um ou outro separadamente.

À medida que o sol aumenta, a diversificação de sabores começa a ser permitida. Às 8h30, por exemplo, já há famintos comendo o famoso acarajé da feira – horário e refeição tão incomuns que fiquei sem saber se seria um atraso do café da manhã ou uma antecipação do almoço. E, falando em almoço, churrasquinhos, sanduíches, cachorros-quentes, feijões tropeiros e peixes fritos são os pratos principais na refeição de domingo. Para sobremesa, bolos e bombons artesanais. Com dez reais, você consegue garantir o almoço.

Mas, afinal, quem são esses consumidores? eu vi de tudo um pouco: trabalhadores na correria, moradores de rua se sentindo em casa, casais fazendo um programa diferente, pais e mães levando uma filha para passear, amigos que não se encontram há tempos, pessoas que curtem uma roda de samba com uma cerveja gelada. Isso só comprova que, na Feira Hippie, o melhor lugar para socializar é a área dos comes e bebes – diversa tanto nos alimentos e bebidas, quanto nas pessoas e estilos de vida.

Alexandre Policarpo

Percebi que o ato de noticiar está na observação e na instigação daquilo que nos cerca. A maior questão é perceber a beleza do cotidiano..

 

Pintores e pintados

 

Aos domingos, as grades verdes do Parque Municipal ganham mais cores. Olhos curiosos passeiam pelos traços e formas dos inúmeros quadros dispostos nos arredores da Feira. A maioria para, pergunta o preço, parabeniza os artistas pelas obras e segue caminho. Há quem se espante quando descobre que valor de quadro não é a soma de tinta mais tela.

Lindorico Feira Hippie BH

Lindorico Pedra tem 61 anos e expõe desde 1974. Ele usa da abundância de detalhes para prender o olhar de apreciadores. Suas obras custam de cem a 3 mil reais, em média, e estão espalhadas por todo o mundo. O Musée d’Art Naïf de Béraut, na França, é um dos muitos museus que abrigam a arte de Lindorico.

Quando a “crise” substitui o assunto “tempo” na conversa de táxi, até artista esquece de inspiração para falar de coisa concreta e feita de papel. Para expor, “a gente paga um imposto para a prefeitura, que o Márcio Lacerda fez o favor de encarecer. Ele só não vem ter um dia de feirante… Se viesse, não aumentaria”, conta Márcia Nascimento, 58 anos de idade e 38 de feira. Além do nome, o prefeito e a artista parecem não ter muito em comum.

O imposto ao qual Márcia se refere aumentou expressivamente nos últimos anos. Em 2005, o valor anual cobrado a cada expositor era de R$ 64,52 por metro quadrado. Hoje, o mesmo espaço custa R$ 332,53 por ano. Isso significa dizer que um expositor com vaga de 4 metros quadrados, tamanho médio das barracas, pagava em 2005 o valor anual de R$ 258,08 e agora desembolsa R$ 1.330,12 por ano.

Quem costumava dividir a grade com os pintores eram povos indígenas. Já não estão lá. História repetida: “índio” não pode estar onde sempre esteve. Katoran, do povo Pataxó Hã-hã-hãe, expõe há 3 anos na Feira. Recentemente, ela e seus parentes (como eles se chamam, mesmo que não sejam da família) ouviram que “estava tendo reclamação do pessoal das barracas, que pagam [o imposto para expor]. Em todos os lugares que a gente chega, nosso cantinho é gratuito. E aqui começaram a questionar que a gente não podia ficar ali fora”, explica Katoran.

“Senti muito constrangimento no dia que se reuniram para tirar a gente dali”, conta Katoran, 49, apontando dedo para a área externa do Parque. Ela se mudou da terra indígena Caramuru-Paraguaçu, no sul da Bahia, para Ibirité, na região metropolitana de BH.

“Senti muito constrangimento no dia que se reuniram para tirar a gente dali”, conta Katoran, 49, apontando dedo para a área externa do Parque. Ela se mudou da terra indígena Caramuru-Paraguaçu, no sul da Bahia, para Ibirité, na região metropolitana de BH.

Os expositores indígenas foram realocados para o interior do Parque, logo na entrada, onde o fluxo de pessoas é menor, e as vendas, por consequência, diminuem. Eles esperam “um documento” que permitirá seu retorno ao antigo ponto de comércio. Até a publicação desta crônica, nenhuma resposta efetiva havia sido dada aos indígenas. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, eles têm autorização para comercializar seus produtos dentro do Parque Municipal e na Rua Carijós (quarteirão fechado da Praça 7). No entanto, o espaço da Feira é reservado aos expositores credenciados.

Indígenas Feira Hippie BH

Um dos produtos indígenas mais procurados é um instrumento musical de madeira. Ele imita o som de pássaros e se mescla à paisagem sonora do Parque, o que engana muitos ouvidos.

A feira na grade não está boa.

O imposto está na boca dos pintores. Os pintados sentem falta das bocas que perguntam preço e daquelas que dão explicações.

Povos indígenas são retratados nas obras de Edson Santos. O artista, que é descendente de indígenas, garante que pintá-los requer treino e técnica específica, por possuírem “anatomia muito difícil de aprender”.

 

Kaio H Silva

Quanto custa este pedaço de rua? 

 

 

Certo barulho de Feira

 

Se fosse pelo gosto de Waldir de Paula Martins, locutor e técnico de som da Rádio Feira, ninguém precisaria gritar “Toca Raul!” para ele dar play em Metamorfose Ambulante para as mais de 70 caixas de som espalhadas pela Feira Hippie. O que ele já ouviu foi “Para com o Raul!”, de tanto que tocou músicas do artista na Rádio.

Há seis anos, Ele é locutor das 8h às 14h nos domingos. No resto da semana, trabalha como motorista da Reitoria de Pró-Extensão da UFMG. Quando precisa viajar no final de semana a trabalho da Universidade, quem assume a Rádio Feira são sua esposa ou o filho. Mas o negócio é de família apenas informalmente, já que a Rádio na verdade é comandada pela Tanury Sons, agência que já renovou licitação três vezes com a Prefeitura.

Sede-Rádio-Feira-Hippie-BH

Pela Feira, conversar com os expositores é como acompanhar uma discussão polêmica sobre música nos comentários de um clipe no YouTube. Tem gente que adora o que Waldir coloca pra tocar – sempre com a aprovação prévia da assessoria de comunicação da Prefeitura -, tem gente que nem ouve e outros que ouvem até mais do que deviam. Um expositor reclamou das músicas internacionais que andam tocando, porque ele não sabe as letras. Deve ser o português embolado de algum cantor ou as conversas dos gringos comuns de ser ver na Feira, já que na Rádio mesmo só aparecem músicas nacionais.

Para uns, essa nacionalidade não é local o suficiente. Entre estes está Tião Vieira, músico e artesão que atendia os clientes em sua barraca ao mesmo tempo em que editava uma nova música no notebook. Ele reclamou que já faz mais de um ano que não escutava trabalhos de músicos da própria Feira na Rádio. Engano dele. Naquele domingo mesmo figuravam na playlist duas de Jhone Montes, que além de músico é churrasqueiro na Feira.

Tião-Vieira-Feira-Hippie-BH

Teve também expositora reclamando que o som da Rádio é muito alto e atrapalha a conversa com a freguesia. Mas, pelo menos naquele dia, as duas caixinhas de som perto da barraca dela mal emitiam o ruído de uma música inidentificável.

Dá pra entender a confusão. Entre as conversas dos frequentadores da Feira, músicas brasileiras de todas as épocas, informes da Prefeitura narrados por Waldir e o anúncio dos achados e perdidos, qualquer música acaba parecendo um remix bem alto com o ritmo que só a Feira Hippie tem.

Jhone-Montes-Feira-Hippie-BH

Naquele dia não tocou Tião Vieira nas caixinhas de rádio da Feira. Mas, nas caixinhas de rádio dele, existe muito o que falar sobre ela:

 

 

Gabriel Rodrigues

Nada dela na playlist nesse dia, mas minhas memórias de infância acham Marisa Monte a cara da Feira Hippie. Deve ser o estilo tilelê.

 

Sapatilha 33

 

“Tem 33?”. “Acabou. Tenho 33/34, mas posso encomendar”. Além da minha dificuldade de escolher em qual barraca comprar o calçado, também foi um problema encontrar a numeração da rasteirinha que desejava comprar de presente.

A maioria dos sapatos à venda era sapatilhas e rasteirinhas, e todas a preços muito semelhantes entre as barracas. Isso não impedia a movimentação frenética de algumas mulheres em busca do produto desejado. Um dos raros homens movimentando-se sozinho por essa parte da Feira pareceu ter encontrado o que queria, tanto sapatos quanto o que chamou de “cinto hippie”. Mas acabou não levando nenhum.

O boca a boca é fundamental na seção de bolsas, carteiras e calçados. “Couro legítimo!”, gritava uma vendedora. Bolsas são vendidas em até 3 vezes no cartão de crédito, chegando a custar até mais de 100 reais. Por falar em preços, comentários sobre o cenário econômico e político do Brasil eram bem comuns, citando de Lula a Marina Silva.

Se antes o processo de confecção das rasteirinhas era totalmente manual, hoje lasers atuam no corte da tira das sandálias, dando forma a todo desenho que se imaginar. As bolsas também são influenciadas pela tecnologia. “Se gostar de algum modelo na internet é só trazer que a gente faz”, ofereceu um vendedor. Ainda não foi o meu caso.

Acabei não encontrando a rasteirinha número 33. Por fim, reavivei o hábito do sujeito do interior que espia como poucos e parei para simplesmente analisar o vai e vem da multidão, ao som de uma das músicas que para mim mais evoca Beagá, Rua Ramalhete, de Tavito, que tocava naquele instante na Rádio Feira.

 

Ives Teixeira Souza

Até agora tentando encontrar o 33.

 

A gravidez é coletiva

 

Como conterrâneo da famosa “Grávida de Taubaté”, não poderia ser diferente: fui me aventurar na seção de enxovais e brinquedos da Feira Hippie.

À primeira vista, percebi muita coisa para recém-nascidos. Várias miniaturas de sapatos, bonés e outras fofuras, sempre com um toque artesanal de vovó. Andando mais um pouco, vi barracas com roupas para crianças de 2 a 5 anos, com peças mais coloridas e estampadas com personagens. Muita Elsa do filme Frozen contrastando com o calor das nove da manhã. E o movimento aumentava na Feira.

Para quem se desanima com o calor, vale saber: as grávidas são muito corajosas. Uma delas é Gislaine, mãe de Bernardo, que foi fazer algumas compras com a tia do bebê, Denise:

Dez e meia da manhã, o sol cada vez mais forte e ainda assim mais e mais grávidas aparecem na feira. Agora vejo várias mamães acompanhadas. E não são só de “tias babonas”, mas também de tios, vovôs e papais. Um deles é Cristiano, que disse compreender a sobrecarga sofrida pelas mulheres durante a gravidez. E que, por isso, vê-se no dever de exercer seu papel paterno desde o início da gestação. A família é uma só, então a gravidez é coletiva!

Quem também contou histórias sobre gravidez em família na Feira foi Júnia, comerciante na seção de enxovais:

E assim me despedi da Feira: sensação de dever cumprido, saudade das minhas mães taubateanas e um espetinho, porque ninguém é de ferro!

 

Felipe Duarte

Pois é, caí de paraquedas para minha primeira matéria na Feira Hippie!

 

O eterno asfalto e o efêmero palco

 

A Feira Hippie transforma a Avenida Afonso Pena em shopping, galeria, restaurante e palco. É, a rua vira palco. Está certo que o centro de BH é e sempre foi local para os artistas marginais da cidade, mas, na Feira, parece ser diferente. Acho que as pessoas ficam mais propensas a deixar seus trocados nos chapéus e latas, contribuindo para o espetáculo e a trajetória dos artistas. Essa bilheteria improvisada que é o glamour da arte das ruas.

Como na estrada da fama, que todo artista tenta trilhar para enfim conquistar seu espaço nos holofotes, na Feira, cada um se posiciona estrategicamente em algum ponto do palco de asfalto. Alguns têm lugar fixo, como o Lobo Velho e o Kassio, dois músicos que ficam quase lado a lado entre os cruzamentos da Guajajaras com Afonso Pena e Afonso Pena com João Pinheiro. A plateia é transitória. Às vezes a reação do público é só uma olhadinha, alguns segundos de admiração e três palmas. Me parece ruim essa ideia de não conseguirmos valorizar devidamente o trabalho e o esforço dessas pessoas que buscam divulgar a sua arte.

Artista-de-Rua-1

Além de palco, a rua também é camarim para muitos artistas.

Do outro lado da avenida, na entrada do Palácio das Artes, assisti a uma apresentação incrível de uma crew de breakdance (Breaking no Asfalto). Dois manos e uma mina botaram pra quebrar nos passos e, apesar de conseguirem arrecadar pouco, encheram os olhos de quem apreciava. Várias outras performances se espalhavam no domingo. Como o buda de argila, que nos dias de semana fica nas redondezas do Shopping Cidade e aos domingos vai distribuir mensagens junto a tantos outros mensageiros de Belo Horizonte.

 

 

A experiência foi um tanto arrebatadora. Fiquei desanimado, pois alguns talentos parecem se perder nesse limbo da feira, afastados das barracas, em locais tímidos. Torço por todos, os que se destacam e os que se escondem, por desafiarem-se em tempos tão cinzas nas ruas de nossa cidade.

 

João Henrique Motta

Impossível ser objetivo quando se fala de arte, cidade e gente.

 

A Feira em números

infografico-feira-hippie-de-BH

 

Feira que muda

 

Belo Horizonte mudou muito em 47 anos. E a principal feira da cidade acompanhou estas mudanças. Confira o que alguns comerciantes e clientes da Feira Hippie têm a dizer a respeito: