Lina Lanna, a moça do sex shop
Por João Henrique Motta e Vitor Maia
Desde que entrou na faculdade Lina vende balas na Faculdade de Ciências Econômicas (Face). Ela cursa Administração, o que ajuda na hora de organizar o pequeno negócio e identificar novos mercados. Já expandiu as vendas para dois que, segundo ela, hoje monopoliza na Face: cigarros e produtos de sex shop.
[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/264436744″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]
Samuel, o engenheiro da palha italiana
Por Vitor Maia
Não é difícil distinguir Samuel dos outros ambulantes na saída do Restaurante Universitário Setorial 1 (mais conhecido como bandejão). Ele é alto, usa cabelo longo e está sempre com uma camisa do curso de Engenharia Elétrica. Se mesmo assim alguém não conseguir identificá-lo, é só procurar pelo cara da palha italiana.
Há cerca de um ano no ponto, ele conta que ampliou os negócios de acordo com a demanda. “No início vendia só palha e cookie. A medida que foi dando certo aumentei a oferta. Hoje o que mais sai em dias quentes é o chup-chup”, diz. Já nos dias em que o bandejão serve doce de leite, o movimento cai. “Quando leio ali no cardápio que vão servir doce de leite já sei que vai vender menos no dia”, lamenta.
De manhã cedo ele deixa o carro no estacionamento em frente ao Restaurante Universitário, onde guarda seu material: banco dobrável, caixa de isopor e “tapoeres”. De lá vai a pé para a Escola de Engenharia. “Aproveito que meu pai tá aposentado e não precisa do carro. Me facilita muito pra transportar tudo”, conta.
Nesse ano de vendas, Samuel logrou manter um faturamento constante. Com a renda extra ele ajuda os pais com as contas da casa e ainda faz uma economia. “Tem que fazer uma poupança pra poder sair de casa, né?”.
Elaine da Márcia dos pães
Por João Henrique Motta e Vitor Maia
Há seis anos Elaine vende pães e outros alimentos naturais, vegetarianos ou veganos na tradicional barraca da Márcia dos Pães, na Fafich.
[soundcloud url=”https://api.soundcloud.com/tracks/264436741″ params=”color=ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false” width=”100%” height=”166″ iframe=”true” /]
Carolina, a recente
Por Vitor Maia
A simpática Carolina oferece bombons, doces de leite e de coco e pé de moça sempre com um sorriso na boca. Ela está quase formando em Teatro e há um mês decidiu ajudar os pais com a renda extra. “Meu pai já vendia doces há mais tempo, eu comecei mês passado. Nós revendemos de um distribuidor que conhecemos no Ceasa”, conta.
Carolina se reveza entre a Escola de Belas Artes e o bandejão, onde também é afetada nos dias em que o cardápio oferece doce de leite. “Quando servem doce de leite me prejudica muito, porque uma das coisas que vendo é justamente doce de leite”, reclama.
Com o acirramento da recessão, ela vê a concorrência aumentar. “Eu não sinto diretamente o impacto da crise nas vendas. O que eu vejo é que a concorrência aumenta todo dia. Cada dia tem novos ambulantes aqui, vendendo bombons e doces”, diz. Apesar disso, Carolina é otimista. “Todos conseguem vender, tem demanda pra todos”, acredita.
Diego e os doces de Krishna
Por João Henrique Motta
No final da tarde até o início das aulas do noturno, Diego González, 28 anos, vende doces caseiros veganos, ambulando entre a Belas Artes, a Letras, a Fafich e o Instituto de Geociências. Os cabelos compridos e a barba lhe dão o ar de sossegado. Ele faz uma abordagem branda que transmite tranquilidade aos potenciais clientes. Anuncia a venda do haribol, seguido dos ingredientes utilizados na receita. Dentre os cereais e grãos utilizados, o destaque de sabor do doce é o cardamomo, uma especiaria indiana, parecida com um gengibre. Muito boa, por sinal.
Por ter frequentado um templo Hare Krishna e observado a cultura, teve contato com algumas fórmulas do doce. A dele é tirada da internet, mas segundo ele, o produto é uma versão própria, fazendo outras combinações para o sabor dos bolinhos, R$3,00 cada um.
Estudante da Geografia desde 2013, Diego recebe auxilio FUMP, mas aponta que não é suficiente para cobrir as contas, por isso precisa vender os doces para aumentar sua renda. “A renda depende do empenho em vender”, ele explica. Para ele, vender muito é vender pelos cinco dias da semana e pouco seria vender por um ou dois dias. Diego não acha que a crise afetou as vendas, e a produção mantém-se a mesma desde que ele iniciou a atividade.
Ele segue seu caminho, como os outros, parando em cada cliente potencial, oferecendo um exótico sabor para a trivialidade dos dias na Universidade.