Registramos as melhores pichações em banheiros da UFMG.

 

Banheiros nunca foram lugares apenas para realizar necessidades fisiológicas. São usos diferentes, apropriações diferentes. Hitchcock, por exemplo, já mostrou em 1960 que um banheiro é um ótimo lugar para uma cena de filme de suspense. Nas histórias de Harry Potter, o banheiro esconde uma câmera secreta que guarda um monstro terrível. Já em produções brasileiras, um banheiro foi arena de um dos conflitos mais emblemáticos da televisão, a briga entre Maria Clara e Laura, na novela Celebridade.

Seria então impossível dar conta dos diversos usos desses espaços. Na Universidade, algumas das formas de apropriação são as intervenções nas paredes. São cartazes, rabiscos, pichações, grafites, desenhos e mensagens. Nas mesmas paredes podem ser vistos discursos preconceituosos e também libertadores, discussões filosóficas, ofensas, números de telefone, desabafos, letras de músicas, poemas e pornografia.

Estas marcas não fazem parte de todos os banheiros do Campus Pampulha da UFMG. Em alguns prédios as paredes são tão limpas quanto os vasos. Já em outros, é difícil encontrar espaços para rabiscar um pouco mais. São paredes que falam e paredes silenciosas. Ladrilhos e portas que escondem histórias e personagens.

O que os banheiros dizem sobre seus frequentadores?

 

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Foram 14 unidades da UFMG percorridas durante o registro fotográfico de inúmeros banheiros. Prédios como a FACE, Engenharia e Odontologia têm banheiros com paredes e chãos muito limpos. Já na FAFICH, ECI e Letras não existe praticamente paredes de banheiro sem intervenções. Parece então pra nós, quase direta a relação entre essa realidade e o perfil da maioria dos alunos que frequentam cada um desses prédios. Para além das fotos, situações constrangedoras marcaram nossa andança pelo campus: pessoas saíram rapidamente banheiro quando entrávamos para fotografar e outras “olhavam torto” e com cara de curiosidade. Em tempo: por sorte, as fotografias não têm cheiro.

Laiza Monique
José Henrique Pires