Nascido e criado na zona leste de BH, o Tigre da Floresta, que já foi o quarto time da capital, busca retomar as atividades profissionais

Por Andrei Megre, Arthur Donovan, Arthur Henrique, Luiz Henrique e Rafael Cyrne*

Poucos times de Belo Horizonte têm uma ligação tão intrínseca com seu bairro como o Sete de Setembro tem com o Floresta. O Tigre da Floresta, como é conhecido, é dono de uma história que se mistura com a do próprio bairro belo-horizontino e da Região Leste da capital mineira. Fundado no dia 7 de setembro de 1913 por um grupo de garotos na faixa dos 16 anos, o Sete tem ampla história no futebol mineiro e, embora tenha encerrado suas atividades profissionais há quase 20 anos, há quem lute pela recuperação do seu legado e pela volta ao profissionalismo.

Fonte: Arquivo do Sete de Setembro

O Sete de Setembro foi criado e jogou suas primeiras partidas na Chácara Negrão, atual Praça Comendador Negrão de Lima, no Floresta. Na década de 1940, o Tigre passou a mandar seus jogos no campo do 5º Batalhão de Polícia Militar, no Santa Tereza, bairro vizinho do Floresta. Depois da Copa de 1950, com a inauguração do Independência, o alvirrubro passou a mandar seus jogos no estádio, localizado no bairro Horto Florestal.

Casa-Sede da Chácara Negrão, hoje já descaracterizada (Foto: Arquivo Pessoal do Sete de Setembro)

Entre os três principais espaços onde o Sete mandou seus jogos, há um denominador comum: todos estavam localizados na tradicional região Leste de Belo Horizonte.

“Tudo do Sete era aqui (no Floresta). Todos os presidentes moravam aqui no entorno, as sedes administrativas foram todas aqui no entorno. Nós temos gostamos e temos orgulho de ser um time pequeno e regional”, afirma Fabiano Rosa, presidente do Sete de Setembro e líder do movimento pelo retorno do time às atividades profissionais.

Fabiano ainda conta que dois presidentes do Sete moravam na Sapucaí, famosa rua do bairro Floresta que hoje é um dos pontos mais agitados da vida noturna de Belo Horizonte. A Casa Sapucaí, bar e casa de eventos localizado na rua, era de propriedade de um dos mais notáveis presidentes do Sete no século XX: Antônio Lunardi, o Barata, que era o mandatário do clube durante a construção do Independência e chegou a ser vereador e deputado estadual. 

O Sete lançou mais nomes para a política de Belo Horizonte. Além de Lunardi, outro ex-presidente do clube também se tornou vereador da cidade: Padre Cyr Assis Assunção, primeiro presidente da Câmara Municipal após a redemocratização, na década de 1940.

Até esse período, o Sete de Setembro ainda era um clube pouco difundido em termos de popularidade e presença para além da região do bairro Floresta, segundo Fabiano. Embora marcasse presença nos campeonatos mineiros – chegou a ser vice-campeão em 1920, após perder para o América na final – o clube não tinha crescido muito para além do Floresta e imediações.

A partir do fim da década de 1940, com a construção da Independência, o Sete chegou a ganhar um pouco mais de notoriedade midiática, mas não cresceu muito mais a ponto de deixar de ser um time de bairro, de acordo com o atual presidente do clube.

Construção do Independência

Na década de 1940, os três maiores times de futebol da capital mineira já tinham seus estádios próprios. O Atlético Mineiro jogava no Estádio Antônio Carlos, onde hoje é um shopping no bairro de Lourdes, o Cruzeiro jogava no Barro Preto e o América na Avenida Paraopeba, já na zona leste.

O Sete, considerado por muitos o “quarto clube” da capital, ainda não tinha uma casa para chamar de sua. E foi da vontade de ter um estádio próprio que ganhou força a ideia da construção do Independência, em meados da década. 

Não há documentação que prove a forma como se conseguiu o terreno em que o estádio foi construído, no bairro Horto Florestal. Muitas fontes afirmam que foi uma doação da prefeitura para o Sete – mas não há documentação que comprove isso.

Jornal Voz dos Americanos, 1948. Foto: Arquivo do Sete de Setembro

Com a Copa do Mundo de 1950 – que seria no Brasil – batendo à porta e a ausência de estádios em boas condições de estrutura para receber jogos da competição (a estrutura dos estádios dos grandes de BH deixava a desejar), a ideia de construção do Independência passou a ser interessante também para a Prefeitura de Belo Horizonte. 

Assim, Antônio Lunardi, então presidente do Sete e vereador de BH, articulou o apoio do prefeito da cidade, Otacílio Negrão de Lima, para a realização do empreendimento. A prefeitura resolveu financiar e acelerar as obras para a conclusão do Independência a fim de que estivesse pronto a tempo para ser uma das sedes do Mundial.

Trecho extraído do artigo do Diário da Tarde, datado de 15 de outubro de 1948, abordando a edificação do Estádio Independência. Imagem: Diário da Tarde

Na época, era forte a mentalidade de que a construção de um estádio próprio seria sinônimo de crescimento futebolístico. O Sete imaginou que cresceria com a construção do Independência, que por alguns anos foi o maior estádio de Minas Gerais. A inauguração de um estádio tão grande e moderno era visto como um passo a ser dado para a mudança de patamar do clube setembrino, que poderia ter um time mais competitivo, almejar conquistas maiores e aumentar sua torcida. Contudo, não foi isso o que aconteceu.

Devido a uma série de problemas ao longo das obras, o Independência não ficou pronto na data prometida (7 de setembro de 1949) e o resultado final do estádio ficou diferente e menor do que projeto inicial. No desenho mostrado na imagem acima, veiculada no Diário da Tarde, o estádio seria todo fechado, maior e mais sofisticado do que o produto real. Ainda assim, mesmo com os problemas, o Independência era um estádio imponente, o mais importante de Minas Gerais.

Depois da inauguração, no primeiro semestre de 1950, do estádio, que passou a ser a sede administrativa e social do clube, houve certo crescimento – no período inicial o Sete conquistou, inclusive, um de seus únicos títulos: a taça Coronel Oscar Paschoal, em 1956. Além disso, como era o maior estádio de Minas Gerais, o Independência sediava as grandes partidas e finais de campeonato. 

Assim, o Sete faturava com o aluguel das partidas de outros times. Mas o Sete não conquistou o crescimento esportivo esperado e acumulou participações ruins no Campeonato Mineiro, enquanto assistia a seus maiores rivais de Belo Horizonte levantarem troféus dentro da sua casa. 

“O maior troféu do Sete era o Estádio Independência. Ele se chama Raimundo Sampaio ainda hoje, por causa do mais longevo dirigente que tivemos, mas ele é mais conhecido como ‘Campo do Sete’ do que como Independência ou ‘Raimundo Sampaio’ “ afirmou Fabiano à reportagem, ao comentar sobre a ausência de grandes troféus na história do clube setembrino

A partir de 1965, com a inauguração do Mineirão, o Independência deixou de ser o principal campo do estado. O estádio do Sete passou a ser “deixado de lado” e não era mais o palco das grandes decisões do futebol mineiro, e os grandes clubes não alugaram mais o “Gigante do Horto” para as partidas. Iniciou-se um período de abandono do local. Começava ali o “fim” do Sete de Setembro.

Decadência do Sete e fusão com o América 

O Sete de Setembro manteve sua existência por um longo período através do aluguel do estádio. Apesar de nunca ter conquistado o título de campeão mineiro, o time participou de 47 edições da primeira divisão do campeonato estadual. Era comum vê-lo competindo contra os três grandes clubes da capital.

O clube setembrino decaiu junto com a queda do prestígio do seu estádio. A partir dos anos 1970, o Sete de Setembro começou a enfrentar dificuldades financeiras, principalmente devido à falta de interesse do Atlético e do Cruzeiro em jogar no Estádio Independência. 

Em 1976, o Sete de Setembro Futebol Clube disputou a Primeira Divisão Mineira pela última vez. A morte do mais importante e longevo presidente da história do clube, Raimundo Sampaio, em 1984, foi mais um episódio que marcou a decadência. A ausência de uma figura política relevante em Belo Horizonte potencializou a queda. A partir daí, o Tigre da Floresta passou a figurar entre as divisões de acesso. Conseguiu até algumas campanhas de destaque, como nas edições de 1994 e 1997 da Segunda Divisão do Campeonato Mineiro, mas jamais retornou à elite do futebol mineiro. 

Essa decaída é explicada, principalmente, pela ausência de dinheiro e torcida, como aponta Fabiano: “O que determina a permanência de um time é a torcida, na minha avaliação. O Sete teve o crescimento político, de eleição de vereador, de benesses públicas, teve o gás do Independência, teve a queda do Mineirão, mas a falta de torcida é o principal problema”.

A falta de torcida dificulta a arrecadação de fundos. Com um orçamento baixo, são formados times de baixa qualidade. E times sem sucesso esportivo afastam ainda mais a torcida. É um ciclo vicioso negativo, e a atual presidência do Sete o reconhece.

Em 1984, após reforma do estádio Independência feita pelo Governo do Estado de Minas Gerais, o Sete de Setembro firmou um comodato com o América, seu rival histórico, envolvendo o uso do Independência.

O acordo dava ao Coelho o direito de usar o Independência e de ter o poder de gestão do estádio, que continuaria sendo de posse do Sete. Na época, o clube verde e preto não tinha estádio fixo: mandava suas partidas ora no Vale Verde, em Contagem, ora no Mineirão. Jogar no Gigante do Horto era a chance do América se reconectar com sua torcida – o clube antes jogava no bairro Santa Efigênia, vizinho do Horto, e tinha muitos torcedores que moravam na região.

Parte do contrato de comodato. Fonte: Arquivo do Sete de Setembro.

Anos depois, a crise financeira do Sete de Setembro piorou. Afastado da elite do futebol mineiro há anos, o clube alvirrubro se declarou insolvente. Em 1995, a diretoria do Sete, então, fez uma negociação com o América para que o Coelho incorporasse o Sete e assumisse algumas das dívidas do Tigre da Floresta.

Em meio à crise, o Sete de Setembro se desligou da Federação Mineira de Futebol em 1997 e optou por se incorporar ao Conselho Deliberativo do América, levando consigo suas posses, incluindo o Estádio Independência, que agora pertenceria definitivamente ao Coelho. Assim, o CNPJ dos clubes passou a ser um só.

O último ano que o Sete de Setembro teve um time profissional adulto foi em 1998, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. Contudo, as atividades do clube setembrino se encerraram de fato em 2001, quando o Tigre teve sua última equipe juvenil. 

A Torcida

Apesar de ser um clube identificado com o bairro Floresta e sua comunidade, o Sete falhou em expandir sua torcida. Fabiano acredita que isso se deve, principalmente, à falta de dinheiro, mas uma série de decisões também resultaram nesse estado. Colecionador, o atual presidente do clube relatou muita dificuldade para encontrar objetos e registros do Sete.

Muita história se perdeu com a decaída do clube, mas muita divulgação também deixou de ser feita. Talvez os diretores do clube não tivessem interesse em popularizá-lo. É possível que eles tenham preferido preservar ao máximo a ligação do Sete às suas raízes, não se esforçando para fazê-lo alçar voo para além do Floresta. São possibilidades. Fato é que o material existente sobre o clube é muito pequeno. 

Fabiano relatou que jamais encontrou um poster sequer do clube. Flâmulas, ele já viu: apenas cinco, três sob sua posse. Outro questionamento é sobre o mascote do Sete, o Tigre da Floresta, praticamente ignorado durante décadas, enquanto rivais, como o Atlético, transformaram seus mascotes em parte fundamental de suas identidades.

“A primeira coisa a fazer é resgatar essa história”, disse Fabiano. Nos quase 20 anos de hiato, muitos dos registros se perderam. Com a incorporação ao América, em 1997, o acervo rubro ficou sob posse do Coelho, que descartou parte significativa dessa história. Exemplo disso é o troféu do Torneio Início de 1922, primeiro título homologado do Sete, que foi encontrado e adquirido num bazar por Fabiano. O América, desinteressado, descartou um dos objetos mais importantes da história do Tigre.

“O Sete tem dois problemas: primeiro é que ele foi pouco conhecido. os anos 80 até o meio dos anos 90 foram muito ruins para o Sete. Quando começou a melhorar, não tinha dinheiro: 94 foi vice-campeão da Segunda Divisão. Não disputou em 95 nem a Segunda, nem o Módulo 2, porque não tinha dinheiro”, afirmou Fabiano. Em contrapartida, na mesma época times como o Atlético Mineiro e o Cruzeiro, viviam fases ótimas, com o alvinegro se tornando inclusive, um dos clubes bases da seleção brasileira de 1982, e o Cruzeiro vivendo anos dourados na década seguinte. Ambos acumulando cada vez mais torcedores em  Minas, enquanto o Sete caía no esquecimento.

Registro da entrevista com Fabiano Rosa, presidente do Sete de Setembro, na Praça Comendador Negrão de Lima

Resgate da memória

O Independência era a sede administrativa e social do Sete de Setembro. Após a saída do clube do estádio, grande parte da história documental do clube foi descartada. Mas há três anos, no meio da pandemia da COVID-19, um grupo de torcedores moradores da Zona Leste resolveram iniciar o movimento pelo retorno profissional do Sete de Setembro.

O processo de retomada do time envolve o resgate da memória setembrina. Nesse tempo, grande parte da história do Sete já foi resgatada. Foram catalogados todos os jogos do Sete de que há registro em toda a história – reunidos no Almanaque do Sete de Setembro.

“Por que a gente se preocupa com a história? porque a gente acha que isso é importante. e a nossa história não é grande coisa, se for olhar em resultados, não é um time vitorioso. tanto que chegou no estado em que está. mesmo assim, se a gente não tem o orgulho pra ter coragem de falar o que a gente fez, como que eu posso te convencer se eu não acredito no que eu falo?”, disse Fabiano, em entrevista à reportagem.

O principal objetivo do grupo é a recuperação da licença profissional antiga do Sete de Setembro. Hoje, a licença profissional do Sete estaria sob posse do América, e o principal objetivo da atual diretoria é recuperá-la. 

Isso porque na fusão, ocorrida em 1997, com o América, a licença profissional do clube foi extinta junto com seu CNPJ, o que impede que o futebol profissional seja reincorporado aos planos do Sete. Porém, segundo Fabiano, o Sete não tem pretensões de disputar o futebol amador, apenas o profissional. 

É aí que vem o propósito do trabalho árduo realizado por Fabiano e outros torcedores do clube. Para que ocorra efetivamente a volta do Sete, seria necessário recuperar a licença antiga do clube, que está vinculada ao seu CNPJ. Segundo ele, o que travaria a recuperação é o América e o seu medo de perder o Independência, uma possibilidade que não existe para o Sete, já que não querem ser donos do estádio. 

“Para o Sete voltar hoje, precisa só da licença, e ela só vai ser concedida se o América ceder”, afirma Fabiano. Ele ainda deixa claro que o clube não quer comprar uma nova licença da FMF, que custaria R$ 600 mil, e sim recuperar a antiga licença usada pelo Sete de Setembro.

“Nós registramos um novo CNPJ, mas a gente quer o antigo e estamos em negociação. A gente quer a licença profissional do Sete, porque a gente é o Sete. A gente não tem o reconhecimento ainda legal, mas temos o reconhecimento tácito. dificilmente um clube tem metade do que a gente tem, com tão pouco tempo e com tão pouco recurso.”, explicou o mandatário setembrino. 

Perguntado pela reportagem, Fabiano deixou claro seu otimismo e ainda respondeu que a expectativa é que o clube consiga ser liberado para voltar profissionalmente ainda neste ano.“Eu tenho certeza que vai dar certo. porque nós temos algumas documentações, e a gente tá discutindo, temos um monte de bons indícios que isso vai acontecer”. 

O outro lado da história

A recuperação não parece tão simples quanto relatado por Fabiano. A reportagem perguntou à assessoria de imprensa da Federação Mineira de Futebol (FMF) sobre a possibilidade da volta profissional do Sete de Setembro. “O Sete de Setembro, na prática, é um clube extinto. Ele não tem CNPJ próprio.”, afirmou a assessoria.

A FMF trouxe à tona uma taxa que o Sete de Setembro teria que pagar caso tivesse um CNPJ válido e pretendesse reativar as atividades profissionais. Quando o clube fica inativo por mais de 5 anos junto à CBF, ela coloca uma taxa de 500 salários mínimos para reativá-lo. Hoje, esse valor chegaria a cerca de 600 mil reais, e o clube precisaria de um CNPJ ativo para efetivar a licença.

“Só aí, já começa com 600 mil. Dependendo da situação do clube, deixa um tanto de débito para trás, questões tributárias junto à federação. E com essa questão da fusão, o Sete não tem CNPJ de um clube profissional de futebol. Ele teria praticamente que refundar uma equipe. Aí, para fundar uma equipe, entra em outras questões, como a taxa de profissionalização.”, reforçou a nota.

A Federação afirma que o clube atual não possui CNPJ nem documentação antes da década de 1940. Ou seja, na prática, é considerado uma agremiação distinta. Seria, portanto, necessário fundar um outro clube com o mesmo nome.

Além disso, a reportagem consultou duas fontes importantes dentro do América.

Integrante do Conselho Deliberativo do clube, Euler Araujo disse: “o CNPJ do antigo Sete de Setembro já se extinguiu. Aquele do clube de 1913 já não existe mais, acabou. Juridicamente não existe a possibilidade de eles recuperarem o CNPJ antigo, foi extinto, não tem jeito de fazer nada. Eles podem abrir outro CNPJ, iniciar um novo trâmite para se filiarem à FMF. Mas isso já não tem nada a ver com o América”, ressaltou o conselheiro.

O deputado estadual e presidente do América Futebol Clube, Alencar da Silveira Júnior, afirmou que reuniões aconteceram e a discussão pela liberação do CNPJ é uma das pautas debatidas entre o presidente do Sete de Setembro, Fabiano Rosa, e o Conselho do América. Contudo, o Coelho busca se resguardar juridicamente primeiro, para posteriormente aceitar avançar em uma negociação que ajude o Sete a voltar a ser profissional. Ele ainda afirmou que o América já pagou o Independência e não tem medo de perder o domínio do estádio. 

Volta ao profissional e os planos para o futuro do clube

O Sete de Setembro tem algumas parcerias com outros clubes amadores da capital e disputa apenas campeonatos de base, mas só aqueles que não são regulados pela Federação Mineira de Futebol. Segundo Fabiano, o Sete não tem pretensões de disputar o futebol amador, apenas o profissional, e, por isso, busca recuperar a licença.

Ele deixou claro que já há planos traçados para o cenário após a hipotética recuperação da licença profissional: “a gente já tem um planejamento após a licença, e aí tem até investidor. Mas a gente não quer montar um outro time.”

Quanto ao local onde o clube sediaria os jogos, o presidente deixa clara a vontade de permanecer na zona leste de BH: “Atualmente, fazemos treinamento de base no clube ASPRA, da Polícia Militar, no Vera Cruz,. A gente foca em permanecer na zona leste. Ao contrário dos outros clubes, o Sete é um time mais tradicional”, afirmou o presidente do clube.

Para além das quatro linhas, hoje o Sete busca divulgar sua marca para o público do futebol de Belo Horizonte. As ações de marketing são realizadas diariamente e contam com sorteios de camisas por meio de influenciadores e divulgação do clube por meio do almanaque, que conta a história setembrina por meio da apuração de todos os jogos disputados pelo clube. Além disso, o presidente setembrino relata que faz aparições em programas de rádio e televisão, a fim de projetar ainda mais a marca para o cenário mineiro.

“A gente desenvolve marketing no Sete todos os dias. Eu tô acabando aqui [a entrevista] e esse livro vai ser entregue para [o deputado estadual] João Vitor Xavier, da Rádio Itatiaia. É assim todos os dias. Nós acabamos de fechar aqui ó, vão duas camisas para o jornal O Tempo, uma pra televisão e outra pro rádio pra fazer sorteio”, relatou Fabiano sobre o atual momento de divulgação.

É um trabalho duradouro, e o presidente sabe disso. A todo momento, ele parece muito ciente das limitações do clube, e que não parecem ser um empecilho para sua paixão e dedicação. Ao ser perguntado sobre o porquê de gostar tanto do Sete de Setembro, Fabiano, que realiza esse trabalho desde 2020, respondeu: “Porque ele é pobre e pequeno. Nós temos orgulho de ser assim. É o time que todos os boleiros jogavam. O Sete era contra o elitismo”. 


*Reportagem produzida no “Laboratório em Comunicação Social: Belo Horizonte, jornalismo e futebóis”, coordenado por Ives Teixeira, doutorando do PPGCOM/UFMG